Reflexo dos bloqueios

Desabastecimento já atinge supermercados e preocupa postos na Região Central

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As promoções de fim de semana da Rede Super, que tem 60 lojas (23 delas só em Santa Maria) em 25 municípios da região, foram canceladas pela falta de abastecimento de carnes. Os produtos não chegam porque estão trancados em rodovias do Paraná e do Rio Grande do Sul.

– É uma medida de segurança. Teria promoção de salsichão, costela e coxa de frango, por exemplo, mas tivemos de cancelar – explica o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios e proprietário de supermercados, Eduardo Stangherlin.

Se a greve continuar, na próxima semana, carnes e hortifrutigranjeiros podem faltar nos supermercados. As transportadoras têm receio, ainda, de saques nos caminhões e estão evitando sair das cidades.

:: Acompanhe as rodovias onde há registro de manifestação de caminhoneiros na região

No supermercado Zanon, em Júlio de Castilhos, quem procurou por banana, tomate e laranja não encontrou. Foi o caso da serviços gerais Valdecim Machado, 53 anos, que foi às compras para a família de cinco pessoas.

– Vim buscar fritas e verduras e não achei. A gente deposita confiança no governo e é isso que acontece – reclamou.

– Se os caminhões que vêm toda a semana para cá não conseguirem chegar, vamos ter de começar a comprar carne dos atacados, o que sai mais caro. Isso, com certeza, vai refletir no bolso do consumidor – assegura Stangherlin.

Na distribuidora de alimentos Beliva, em Santa Maria, caminhões estavam sendo carregados na tarde desta quarta-feira, mas sem garantia de chegada ao destino. O proprietário da empresa, Milvo Bevilaqua, disse que, no fim da tarde, um caminhão partiria para São Vicente e, nesta quarta-feira, outros iriam para Cruz Alta e Santiago. A empresa fornece produtos perecíveis, como carnes, laticínios, embutidos e margarinas para restaurantes, cozinhas, hotéis e escolas em 28 cidades da região.

Em São Sepé, no Supermercado Cotrisel, não houve como manter as promoções nem a concorrência entre as marcas.

– Vendemos duas marcas de açúcar, mas o caminhão de uma delas não está conseguindo chegar. Não estamos conseguindo repor o estoque de cerveja. Trabalhamos com três marcas de leite, mas temos apenas duas – diz o supervisor do mercado, Valderi Teixeira da Silva.

No mercado Paraná, o dono do estabelecimento já foi avisado que há mercadorias que não irão chegar.

Temor nas bombas

Em Júlio de Castilhos, o posto Simonetti, no trevo de acesso à cidade, está desde quarta-feira sem gasolina aditivada e comum e etanol. Em outros postos da cidade, haveria estoque apenas até hoje. O gerente comercial da rede de postos Santa Lúcia, Claudio Tavares, garante que todos estão em alerta e se precavendo.

– Normalmente, vendemos 500 litros de etanol por dia em cada posto, hoje (quarta) vendemos 6 mil litros num único posto – observa Tavares.

No posto Medianeira, em frente à Basílica, o estoque acabaria ainda na noite desta quarta-feira.

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